segunda-feira, novembro 28, 2005

Sangue de quem não matei

O sangue na minha mão,
é prova do assassino que sou.
A minha eterna solidão,
é o vermelho que alguém sangrou.

Como não matei ninguém,
como o sangue não está...
Sou livre par viver alguém,
mas alguém faltará.

Tenho síndromes e fobias,
Peter Pan, solidão e outras que tais.
Tenho presunções e manias,
pensamentos e conclusões a mais...

Quero viver cada dia,
mas morro de medo no próximo.
Temo a não magia,
acabo por não viver o máximo.

E só, só, só não quero ficar,
mas só quero estar...
O sangue já sei de quem não é,
meu é, meu é, é meu também.
A mão não é minha, não é bem...
É tua, tempo, tua mão é...

Não sei se te quero,
mas assim sinto...
O futuro é desespero,
do amor um ornamento.

Dança comigo em soalhos de paixão,
sem querer saber quando parar,
sem querer saber que dias são,
tendo todo o nada para esperar...

E tu espera, espera por mim,
enquanto imagino uma forma,
uma de nos formar assim,
juntar para além de outrora...

domingo, novembro 27, 2005

O assassino do utopista

Quote:

Leva-me Contigo

Olho para tudo e tudo me faz chorar
Deixas-me mudo, já não posso mais falar
Sei que estás confusa mas isso é normal
Para mim és uma musa alguem muito especial

Já não te vejo há um dia, para mim pareceu-me um mês
Já te disse o que sentia, agora é a tua vez
Deixa-me voar, quero sair daqui
Queria estar noutro lugar, queria te ter só a ti

Em ti estou seguro onde aqui não vou sair
Nem que atravesse o muro com o risco de cair
Não me largues mais, eu não te quero perder
Tens que voltar ao cais que eu sem ti não sei viver

Já senti a plenitude, não importa o que tinha feito
Eras a minha virtude, nunca foste meu defeito
Digo-te o que sinto, não pareces entender
É verdade, eu não minto, tenho mesmo que te ver

Refrão:
Leva-me contigo na palma da tua mão
Que eu já não consigo pisar mais deste chão
Leva-me p’ra longe que eu não consigo andar
Quero estar contigo, teu mundo é meu lugar
Acabaram-se as palavras que saíam de ti
Estivesses onde estavas eu sentia-te em mim
Abraça-me uma vez, e outra a seguir
Abraços, já são três, já te estou a sentir

Não te quero enganar, sentia-me tão bem
Quero-te olhar, eu sem ti não sou ninguém
Podes prender-me em ti, podes voltar a gostar
Diz-me que é que fiz, que eu tento mudar

Não suporto ver-te assim, sentes-te culpada
Ponho a culpa em mim, acho eu que foste pressionada
Tento perceber, não te sintas mal
Tenho que dizer que tudo em ti é especial

Numa pagina rasgada e arrancada pelo vento
Não penso em mais nada, nao me sais do pensamento
Estás em todo o lado, nas paredes e no mar
Não quero ficar parado, e não te quero largar

Passa a noite e o dia sem que os sinta a passar
Tudo o que eu queria era o tempo a parar
Ficava sozinho, ‘tavas a pensar de mais
Mas talvez é um caminho p’ra atingir meus ideais

Refrão:
Leva-me contigo na palma da tua mão
Que eu já não consigo pisar mais deste chão
Leva-me p’ra longe que eu não consigo andar
Quero estar contigo, teu mundo é meu lugar
Acabaram-se as palavras que saíam de ti
Estivesses onde estavas eu sentia-te em mim
Abraça-me uma vez, e outra a seguir
Abraço, já são três, já te estou a sentir


Música de D. Rosado
end quote.

Utopista

Tento escrever qualquer coisa,
e só me lembro do poema de um poeta de agora...
O génio de outra mente bloqueia-me,
a minha inspiração gela e chora...
Penso em ti como alguém de futuro,
vejo-te como quem nos vê de fora.
Sei, que sou o utopista sem decoro,
e com o orgulho na mão vou embora...

sexta-feira, novembro 25, 2005

Fome - De volta à abstracção...

Tenho fome de poesia,
alimenta-me este animal.
Sempre abalrroei a magia,
nunca deixei de me sentir mal,
de sentir esta hemorragia,
o amor sangra sem igual.

Esta letra de uma música,
uma harmonia descomunal,
já conheço esta magia,
esta sensação sensacional,
muda a força e a energia,
o que sinto é igual.

Como pode ser tão certo,
algo que muda sem avisar?
Como posso sentir tão perto,
quem mal posso tocar?
Como me sinto no deserto,
enquanto me vejo a nadar...

Mas é bom,
refrescante mesmo,
este magneto tem um som,
difícil de imaginar.
É o som da tua voz,
que teima em me gozar...
Não é intencional,
é o destino que cumpre.
Não queres mal,
queres o segundo "para sempre".

Estou para alí,
em fundos de música...
A noção já perdi,
em instrumentais electricos,
que me percorrem o corpo,
em ritmos frenéticos,
bebo o meu copo,
de fogo para do estomago,
apagar o gelo de ansiedades,
que da vida, do âmago,
me percorres...

Como outrora alguém percorreu,
e continuo a gostar de verde...





Ao som de Duarte Paiva Rosado

Verde

E vejo-te longe...
Vejo-vos longe...
Uns com mais pena que outros...
Mas a ti principalmente...
Tenho saudades...
Por uma qualquer loucura minha,
tenho mais saudades hoje do que nunca...
Porque algures lá para trás cortei pela raiz o que sentia,
por não poder sentir porque já alguém o sentia e também porque...

...

porque tu o sentias e não por mim...
Aflige-me... Não quero ter mas tenho, pressas imensas... Aflige-me!
Não, não, não! TU não, não és tu, tu és erro és passado que já sofri...
Tu... Sim, és tu mesma, verde no fundo...
És tu que me não querendo magoar apaixonaste por ti,
tipo, tipo... Tipo... Qualquer coisa, que não sei...

Um qualquer cliché fez de mim parvo,
(ainda a tens? eu dou outra... mais cliché menos cliché...)
um qualquer "estou?" fez de mim parvo...
Mas não te consigo desejar no carnal,
por respeito por deslumbre...
Parvo...

E tu preocupas-te,
com o dentro de cada um e o fora de dois,
que sabes que se gostam que são parvos...
Parvo eu outravez e tu sempre ciente...
E eu queria ter-te mais dentro,
e que me tivesses mais dentro,
e estarmos mais entrelaçados assim na mente...

Não sei o que é,
nem porque volta assim.
Não era contigo que isto voltava,
mas é isto mesmo que eu conheço!
Não contigo, mas conheço!
És fabulosa, e verde no fundo...
Mas não dentro, dentro não!

terça-feira, novembro 01, 2005

Os de sempre

Ouço Deuses de poesia
na minha, dia a dia, demente: mente.
Sofro a magia que molda,
a minha alma intransigente.

Tenho dores de revolução,
morre-me a lingua de efemeridade.
Qual planta: sobrevive-me a caneta,
Orgão integrante de minha física humanidade.

Sou louco, estou, pois sempre fui.
Fazer do sentido insensato por seu fim,
perco-me no nada do tudo que digo,
e isso dá paz ao inquieto de mim.

Calma a loucura, vou-me deitar,
tenho dores de revolução.
Agito-me em meu dormir,
dentro explode-me a razão...

Deusa de obcessão,
ora na retina,
ora na memória,
vivo-as em contemplação!
Um dia conto a história...
Sinto de sangrenta intensidade,
deixo o peito arder: piromania.
Merda de utopia,
merda realidade:
Imiscíveis exploram-me a algia!

domingo, fevereiro 27, 2005

Proposta

Façamos como proponho:

Imaginemos que nunca fomos...
Afinal, alguns anos atrás não eramos...
Em que aspecto era essa época diferente do que somos?
Nenhum, ou quase nenhum, vejo eu...

Não o vêdes? Então vejamos:
Vós ereis algures perto do mar, mas perto mesmo, já molhados.
Eu era... Perto do mar é certo, mas sazonalmente húmido, portanto, entre tempos...
Interactivamente? Colossalmente nada, eramos...

O que somos agora para além do que outrora fomos?
Um monte de mera educação por respeito ao que pelo meio nos tornámos?
Dispensáveis considero, os simpáticos sorrisos...
São raros os meros traços, que ilustram do passado os lábios...

Assim perfiro lembrar o que fomos pelos intermédios espaços...
As frases criadas nesses turvos pensamentos...
Os choques sociais e risos devassos,
a monotonia amada que não soubemos amar,
que à semelhança do que escrevo acabámos por quebrar,
por abandonar...
É a prova de que não basta deixar andar...

sexta-feira, janeiro 28, 2005

*2...

Penso, logo existo...
Mas logo apenas, não agora...
Logo porque por agora insisto,
nesta letargia que demora...

"São necessárias duas extremidades,
para manter uma ligação..."
"A ligação subsiste por si,
se assim tiver de ser..."

Polos opostos, incompatíveis,
demonstração por "deixar andar"!
Opiniões imisciveis,
que o tempo trata de decantar...

Ele há dores tão variadas!
Mas esta eu não queria mesmo provar...
Tomei-lhe o sabor amargo, de horas azedas,
e ganho vontade de a inércia contrariar...

Mas só, não posso... Sabes que não podemos...

A exclusão é um muro da mente,
que só o dono da mesma pode vencer...
Reassumir uma posição consciente,
e a realidade querer ver!

A realidade pode ser descrita, mas mal...
Pode ser desenhada, infielmente!
A realidade tem de ser sentida, pois ela é nossa criação!

Por quatro palavras? Não... Por vida e por um bom caminho ao longo da mesma...

segunda-feira, janeiro 17, 2005

O Grande

Partiu...

"Eu sei, eu percebi..."

"Não quero que chorem..."

O Grande vive, por meio do seu ensinamento...

quinta-feira, janeiro 06, 2005

O Grande - Não é poesia é linha de pensamento!

O grande deitado espera... Espera por esperar mais ainda: eternamente.
E eu sento-me, de musica no colo, terno...
Pergunto se gosta,
responde que peixe voa...
Não entendo, mesmo sendo rei da abstracção,
digo que sim e brinco imerso em falsa ingenuidade, apenas para que não doa.
Penso e repenso no poder de decisão...
Penso no julgamento alheio...
Penso no quanto o primeiro influi no segundo...
E choro por desde já saber que me não vou poder acabar.
Mudo-me para o tal estado unido,
onde existe lei de finitude digna...
Mas como, estarei louco na altura!
Temo porque sempre quis ser como O Grande...
Excepto na finitude...