domingo, março 07, 2004

Ode à amizade passada e respeitada... Ode ao amor verdadeiro e actual que vivo com toda a minha força... Amo-te semelhante de minha alma...

Outrora conheci este alguém,
alguém que confesso, me fascinava!
Sincero!?Ela me cativava como ninguém,
a dada altura, até minha alma hipnotizava...

[Estrofe retirada por razões pessoais]

Na preciosa pedra me viciei,
padecia minha alma de doentia obcessão!
A realidade, essa, nunca a encherguei,
e naveguei na utópica emoção...

Mais tarde a mim voltei,
ressacada a droga, curei a dor...
Totalmente!? Nunca recuperei,
e odiei a palavra "amor"!

Amizade palavra de ordem,
corria-me nas veias, já o poeta...
Escrevi aos sentimentos como convém,
para esconder do apaixonado a faceta...

Por fim a paixão desapareceu,
e infelizmente o ardor da amizade também...
Da doença do tempo padeceu,
e da vontade esperada ficou muito aquém...

Mas o tempo tira o bom repondo com melhor,
ou pelomenos assim se assemelha...
Confesso, volto a acreditar cegamente no amor,
e foi o tempo que lançou a centelha...

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O arcanjo à muito esqueceu as pérolas do mar,
pois do céu lhe caiu um seu semelhante...
Recuperou a força, paixão e capacidade de voar,
romanticamente se perde com sua amante...

Só uma brutal maldade destruiria,
o que agora o arcanjo deseja eternizar...
Mas a primeira vez esta não seria,
que ao arcanjo, a fortuna iria depenar...

Resta-lhe a esperança de ter azar,
em tudo o resto que não no amor...
Resta-lhe ingénuamente voar,
e esquecer a conhecida dor...

Na felicidade se encontra mergulhado,
e nela espera poder ficar...
De sua amada (e)ternamente acompanhado,
convencido de que ao tempo conseguiu parar...

Mas agora o arcanjo ergue o olhar,
abre as asas imponente...
Por sua semelhante agora vai lutar,
com adversidades frente a frente...

Nunca mais desamparado vai voar,
pois suas asas são agora sábias e esquivas...
Não importa o que o futuro possa reservar,
nada faz frente a suas capacidades altivas...

Sua semelhante lhe despertou o poder,
que não sabia sequer guardar...
Sente-se agora capaz de a protejer,
assim como o tempo enfrentar...


Independentemente do que possa acontecer sinto que o vamos superar, sempre... Este poema foi escrito numa convulsão de sentimentos... Entre a saudade provocada por amizades passadas, e o amor sólido que sinto... Sólido e fascinante, uma vez que a cada dia que te vejo sinto que é como o primeiro dia de namoro...

sábado, março 06, 2004

Poema_Prosa

Nos nossos dias ninguém aprecia o poema, apenas a prosa e o seu bárbaro tema. Sem que queira ser lido tento "prosar", mas o ritmo reside em meu coração... Por muito que queira escrever sem rimar, por vezes tenho de me render à tentação... A alma é como um gago, que normalmente não consegue falar... Diz o que quer em um só trago, diz o que quer a cantar... Mas mais uma vez eu repito, não é para que me leiam que escrevo na horizontal! Nunca foi meu intuito, é como já vos disse o meu espaço mental... Sinto-me louco, demente mesmo... Pois reconheço a abstracção das palvras que escrevo... Minha mente doente cria estas linhas, nem sei como... Mas sei que reflectir é algo que não devo... Desta forma ficam mais alguns caracteres, desta alma que comparo ao arcanjo... Ninguém entende os seus poderes, nem eu entendo onde os arranjo... Fica a dúvida se escrevo em prosa, ou se crio poesia... Se a diferença reside na escrita melodiosa ou simplesmente na metria... Se faz distinção a estrutura em coluna, ou se o que interessa é a mágoa... Se deve ser como a luz nocturna ou clara como água...

Reticencia

Sou mais reticente que os "outros", os tais que não são ninguém, mais especificamente os que escrevem, como eu.... Excepto talvez aqueles que se aproximam de ninguém e que em plena ignorancia reticenciam mais ainda que eu.... Reticencio em quatro pontos, a maioria apenas em três.... Entretanto os tais ignorantes abusam do poder do ponto e da reticencia...

O costume...

Queria ser o desenho
para voar e me perder,
pois ainda me detenho
antes de ao amor recorrer...

Sou apenas um estupido novo romantico,
que sofre como que sem alternativa...
Seja o sentimento puro ou o sexo tântrico,
a dúvida que julgava morta, regressa bem viva!

Amo qual Romeu, não sendo a dúvida minha!
Mesmo crendo no que Julieta me prometeu, a dúvida não definha!
Meu coração já perdeu, arrancaram-lhe algum amor que continha...
Esse amor Julieta me devolveu, e nela confiei todo o que tinha...

Entrego-me de alma e coração,
mesmo com o medo que me assombra...
Amo Julieta, amo a sensação,
da sua presença perfeita a cada hora...

Quero apenas que meu amor,
não seja como minha aborrecida poesia...
Esta repleta de reflexão e dor,
o primeiro, pelo qual tudo eu faria...

As palavras de Julieta chegam até mim,
comigo diz ter dormido, em sonho, em mente...
Minha dúvida cessa por fim,
não sei se de vez, se temporariamente...

O que me transmite é calma e confiança,
e é assim que quero ficar...
Sou assombrado pela esperança,
de a meu lado, no futuro, Julieta sempre estar!

Não sou Ninguém nem "Ninguém"

"Ninguém" é falado,
Ninguém é perfeito...
"Ninguém" é acusado,
Ninguém é absoluto...

"Ninguém" fica marcado,
quando o verbo ser me atinge...
Ninguém parece afectado,
quando o insulto se me dirige...

Não sendo "Ninguém",
serei certamente gente...
Sendo gente sou "Alguém",
mas isso Ninguém sente!

Ninguém entende o que escrevo,
nem porque o faço sobre "Ninguém"...
Mas já o disse e subscrevo,
é para mim e para Ninguém...

Sendo que meu entendimento é alternativo,
no que toca a "Ninguém", a palavra...
Quase acredito em "Ninguém" relativo,
custando a crença em Ninguém, cara!

E creio em Ninguém sem reflectir,
pois só em minha mente posso confiar...
Algum solipsismo para me invadir,
e sobre Ninguém ser "Ninguém" questionar...

Em ultima análise não sou ninguém,
nem mesmo o tal "Ninguém", aquele humilhante insulto...
Sou somente mais um alguém,
habitante deste Mundo que não sei se existe ou existo...

sexta-feira, março 05, 2004

Arrependido

por ter publicado aquilo que já não sinto... Ainda para mais tendo em conta que está mal elaborado... Mas é para mim, é como que um backup de minhas folhas amarelas...

Folhas (menos) velhas - Parte 3

Espaço Mental

E se amanha eu acordar,
sei que serei igual!
Sei que meu único lugar,
é o meu espaço mental.

Espaço que transponho, para o papel,
nestes meus momentos profundos.
Escrevo sem conseguir, as palavras parar,
até que tenha chorado todos os meus mundos...

Mundos estes que crio na imaginação,
mundos que vivo com(o) alguém!
Mundos que me destroem sem compaixão,
mundos onde fico com ninguém.

E vivo só de tão acompanhado,
provei o doce que me faz mal!
Sofro olhando o fruto proibido,
luto contra a tentação e dor sem igual!

Poema de 2003 por Etari Peht

Folhas Velhas - Parte 2

RIPL

Mente imune até à próxima doença
de um coração que não pode parar,
imparcial até nova crença
voz de uma alma farta de amar.

Paixão ardente que acabou definhar
torna agora na confiança da amizade,
noutras coisas devo pensar
como nesta aula e sua infinidade!

O ritmo da música faz-me dúvidar
acerca das coisas em que tento não pensar,
sentimentos que tiveram de mudar
tal como agora tenho de me concentrar!

Poema de 1997 por Etari Peht

Folhas velhas - Parte 1

Inferno

O grunhir das feras
que com a dor se debatem,
o fim que tanto esperas
e não vem quando convém...

Berros estridentes
dilaceram os tímpanos,
o sangue lambe as correntes
que se agitam nas mãos de insanos...

Insanos que punem
quais carrascos imponentes,
perante os quais julgados sofrem
em sua morte impotentes.

Não se pense que assim é
após a finitude nada existe,
não seja esta a nossa fé
e a ingénua crença persiste...

Justiça na Terra
pois Ele nada faz,
comecem a guerra
significa que no fim haverá paz!

Poema do ano de 1997 por Etari Peht

quinta-feira, março 04, 2004

Faith

Triste sina a minha
egocentrico sem poder,
a minha letra que definha
com o saber defender...

Sei as letras de boa forma
e a sonoridade é capaz,
mas no que a alma se transforma
no papel não me satisfaz...

Por si a lenta melodia
poderia até prevalecer,
mas esta inconstante sintonia
teima em aborrecer!

Rompo abrupto de repente
o ritmo reles do rescunho,
tal como reage o reagente
que rasga o rude metal resistente.

Mudam metricas e melodias
amansam as meras menções,
que de pouco mérito comentadas
dirijo a minhas más memorias ritmadas...

O espelho

Coisa quase satânica esta!
Quero voltar ao poema... Até já!