terça-feira, outubro 05, 2004

Medos equacionados...

Temo a fugacidade...
Temo a fuga por si só...
Quanto ao avançar da idade,
ja todos sabem...
Não só o temo,
perante ele tremo,
perante ele choro,
contra ele tristemente luto,
e por lutar no ridículo moro!

Temo também o que não tenho,
ou o que deixei de ter...
Não pelo controlo que desdenho,
mas porque de mim me afasto, forçosamente...
Não me encontro,
ando por vezes até de retro,
mente sã em corpo são,
paz de espirito, Yin Yang,
são agora mera ilusão!

Mas tudo isto é temer... Nada disto é ter medo...
Medo é presente, temer é antecipação...
Medo é a constante matemática,
que meus cálculos de vida assombra...
Destroi toda e qualquer equação,
Seja na luminosa prática,
ou na teoria e sua penumbra...

Tenho medo de um dia calcular errado,
que para mim é calcular apenas diferente de ti...
Que calcules divergente de nós,
enquanto calculo convergente o nosso mundo!
Medo que calcules que te perdi,
enquanto me iludo em cálculos de tua voz,
que dizendo "Amo-te" deixam minha lógica em mudo!



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