terça-feira, outubro 19, 2004

A experimentação...

No carro... Chove suavemente, nada mais que um ínfimo aguaceiro... O vento por sua vez, sopra fortíssimo, talvez pela localização geográfica do local onde me encontro... Mesmo como eu gosto!

Deparo-me com vinte minutos de espera, pelo que ligo a música e, aborrecidamente, constato que deixei o livro, de capa azul forte que ando a ler, em casa... Ligo a música... Millencolin - Pennybridge Pioneers. Enquanto o CD vai avançando, música a música, penso no que posso fazer para ocupar o tempo. Estou farto dos jogos do telemóvel...

Contemplo o tempo fora da redoma! Adoro temporais sem chuva, são dos espetáculos mais poderosos da natureza!

Abro o porta-luvas e a minha luz de esperança incide no meu Moleskine laranja! Sim porque a luz de esperança emerge de cada um, sabem?... Voltando ao Moleskine... Esquecido à cerca de um mês no porta-luvas... Abro-o, e pego na castiça caneta que se queda ao pé do cinzeiro de qualquer carro... Juntos, Moleskine e caneta, servem o seu propósito e permitem-me a criação deste breve texto... Breve porque finda 9 linhas abaixo... Queria desacrever-vos o tempo lá fora... Queria descrever-vos o cheiro do ar lá fora... A sensação do vento na cara e as memórias das surfadas que brotam a cada impacto de chuva fria que entra pela janela... Mas não posso! Não estou lá fora... Não sei...

Abandono o Moleskine, a caneta, a mente... Ficam os três dentro da redoma, e saio em comunhão com o tempo agreste! Estou no temporal e a minha alma inquieta acalma!

Porque a melhor avaliação vai para além da observação, passa pela experimentação.

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