Sou besta,
sou senão,
sou incerteza,
sou coração,
sou alma,
sou podridão,
sou dor,
sou possessão...
Tomo tudo em meus braços,
por besta me tomo sem pensar.
Por tudo proteger tentar,
me excedo a largos passos.
Tomo metafísico,
tomo amor,
tomo beleza,
e tomo ardor,
tomo da vida a genialidade,
da amizade a simplicidade,
da simplicidade a facilidade
e de quem amo a liberdade...
E é por tão bem querer,
que acabo por asfixiar!
Para me não sozinho ver,
abuso do esforçar.
E abuso de mim,
e abuso de vós,
a quem seria capaz de ceder vida,
a quem roubaria a dor,
para com ela me esconder,
e contra ela por vós ser lutador...
Sou monte de massa em modificação,
e até morrer o serei.
Sei sempre que errei,
custa mais a admissão...
Sou chuva...
Sou monção...
A Besta da emoção...
Sou luva,
de protecção,
cujo latex
corta respiração...
Não me mexo,
fico quieto,
e vejo meus erros
tomar nova forma...
Espero, desespero,
em minha estupida fé vos venero.
Quando dela nada quereis,
quando ela só vos afasta mais...
Sou forca tentando ser força,
sou à força tentando ser prazer...
Não querendo exercer poder,
descontrolo tudo à minha volta...
Descontrolo rimas,
e com isso perco...
Perco valores,
perco melodia,
perco amores,
perco magia,
e perco tudo o que não queria...
Porque já perdi o que tinha a perder,
agora perco aquilo que sei não poder...
Ou serei nada...
À Futura Meca...
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