domingo, janeiro 15, 2006

Aterrorizo-me

Gelo de medo,
reajo em instinto.
Vejo-te perdido,
em sonhos de vinho tinto...
Mentes que já tocaram,
ritmos iguais...
Mentes que se entenderam,
mais que as demais...
E de tão bem te entender,
temo tua demência...
Não só por assim te ver,
mas por recear um dia saber,
que essa insanidade é minha pertença...
Entendo porque tens de mim esse medo,
também eu temeria alguém como eu.
Alguém que conhecesse meu mundo,
capaz de destruir erros desse sonho meu.
Alguém que como o demo,
tivesse poder de presuasão...
Me convencesse que o que amo,
por vezes merece a electrocussão...
Que as pessoas não são pessoas,
são animais e monstros que tais.
Que o bem não é o bem
e o mal já o não é mais.
Que nem Deus existe,
e que mesmo que existisse,
Deus não perdoaria.
Que se Deus não perdoa,
muito menos tu o poderás,
ou sequer ousarás.
Que a raiva, o ódio,
são a eterna força humana.
Que o amor e a paz,
alimentam apenas a amizade profana.
Porque é nesta amizade que tenho por ti,
que demolimos todas as regras.
É nas irmandades entre gente humana,
que se geram desigualdades.
Daria a vida por ti,
a mente por ti,
a alma por ti,
tudo por ti,
para te ver como antes.
Louco, não demente.
Feliz, não incoerente.
Real.

1 comentário:

Galo Rouco disse...

Muito sentido.
Haverá sentimento maior que doarmos o nosso Ser, na sua plenitude aos outros?