terça-feira, novembro 21, 2006
Observa-me. Tu que me moldaste, alteraste e adulteraste a teu belo prazer. Observa-me! Enquanto volto a ser tudo aquilo que sempre deveria ter sido. Com os meus lábios num sorriso e com todos os que me rodeiam sabendo o porquê desse sorriso. Observa-me enquanto junto os pedaços do que tentaste queimar. As mais pequenas gotas desse vapor em que me tornei seriam grandes o suficiente para a vontade em mim as agarrar e me desenhar de novo. Há vida em mim, algo divinal, como em qualquer humano. Resta saber quem o vê! Não pergunto... Quero lá saber! Há vida em mim e contra isso... Contra isso nada, não podes nada. Agora entendo o porquê da tua tão pouca importância. O mundo é tão maior! Que eu, que tu... E eu que sempre tive uma tão bela capacidade de o ver como um todo, de o abraçar sem pensar duas vezes, de o sentir. Até isso me conseguiste envenenar e fazer esquecer... Cortando-me os braços, queimando-me o tacto com as tuas lágrimas de crocodilo.
Sinto as coisas intensamente demais, eu sei! Mas que outra intensidade me permitiria escrever? Que outra intensidade me permitiria viver como vivo? Sem querer saber...
Sinto as coisas intensamente demais, eu sei! Mas que outra intensidade me permitiria escrever? Que outra intensidade me permitiria viver como vivo? Sem querer saber...